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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Válvula de escape


Quando era menor, eu escrevia poesias. Era minha válvula de escape para os sentimentos ignorantes dos adolescentes "hormonados".
Escrevia bem... tenho até hoje algumas coisas guardadas.


O tempo foi passando, os problemas da vida adulta chegaram e o velho habito foi enterrado, assim como boa parte de mim.
Naquela confusão de ideias e personalidade se formando, acredito que boa parte do que somos é enterrado, escondido e assim, uma personalidade dominante pode assumir o controle.

Uau! Apenas lembrar de tudo o que eu era naquela época já me faz sentir saudades de mim mesmo.


A válvula de escape funcionava da seguinte forma: Sentia como se tivesse vários jarros... um para cada sentimento. Eles eram meus limites.
Quando esse jarro começava a transbordar, aquele sentimento ficava me incomodando... O tempo todo latente. Então, pegava o jarro e despejava numa folha de papel... pronto, lá estava uma poesia. Uma porção excessiva de sentimentos impressos que não me incomodavam mais.

Funcionava bem.



A vida de despertador, chefe e rotina foi o suficiente para sumir com essa ferramenta.
E pronto, os jarros foram deixados ali, vazando e sujando a porra toda.
Por mais que os sentimentos estivessem mais amenos do que na fase adolescente, eles se acumulam.


É uma engolida de sapo ali, um filho de uma puta aqui, relacionamentos...

Tudo vai acumulando. Aí o povo me vai no psicólogo... falam que tão com stress, insonia, querem férias intermináveis...

Fora que com os jarros transbordando, os sentimentos se misturam...
Hoje em dia poucos sabem definir o que sentem e como. Virou uma grande massaroca.

Hoje, tive que arrumar isso. Usei de uma arqueologia mental, desenterrei meus jarros, limpei a lama...
Vejo jarros quebrados, sentimentos torcidos no pano, só que agora, tudo no seu devido lugar.




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